domingo, 9 de agosto de 2009

Oásis em Casa Forte

Um casarão com cerca de mil metros quadrados e 200 anos de história, situado em plena Avenida 17 de Agosto,
Imóvel tem 64 aberturas externas e detalhes como a finalização do teto em estuque.
Pode ser quase invisível para a maioria das pessoas que passam pelo local. Mas, para os empresários José Guilherme Machado e Elvécio Albuquerque, aquele imóvel é praticamente um oásis no meio de uma selva de pedras que insiste em crescer em Casa Forte, um dos bairros mais nobres da cidade. Eles compraram a casa, que pertencia à família Latache, e farão uma reforma prevista para durar um ano. Hoje, o imóvel está deteriorado pelo tempo mas, quando ficar pronto, todo o charme da construção será exaltado. Se a casa atualmente está camuflada com seus muros repletos de hera, em meados de 2010 deve atrair os olhares de quem circular pelo bairro. A ideia dos empresários é fazer essa viagem ao tempo, valorizar aquele imóvel, mas seu destino final ainda não está certo. Eles pretendem alugar para alguma instituição que combine com toda a pompa de um casarão com 64 aberturas externas, entre portas e janelas. Mas a intenção é mesmo fazer com que o imóvel recupere a sua beleza original. Apesar de ter sofrido o desgaste do tempo, ainda há muita coisa mantida desde sua construção. Outras serão recuperadas, como algumas vigas de madeira que dão sustentação e que estão infestadas por cupins. Os novos proprietários acreditam que a reforma deve custar cerca de R$ 700 mil.São muitos detalhes que permanecem contando história, resistindo, ainda que o tempo tente esconder. As minúcias podem ser detectadas desde o piso até o acabamento do telhado, coberto com telhas francesas, que ainda tem algumas pinhas. Ao todo, na casa há três fontes. Uma maior, no jardim, e outras duas, na parede frontal e lateral, revestidas de azulejo português. O casarão também tem um grande porão e o gradil que cerca a varanda, o portão e parte do muro são em ferro fundido inglês.No interior do imóvel, palco da Casa Cor de 2001, uma escadaria de madeira de jacarandá - trabalhada com detalhes degrau por degrau - levam aos aposentos. Antes de chegar aos quartos, um mural de azulejos na parede atrai os olhares. Em alguns lugares, o piso de ladrilho hidráulico foi preservado, já em outros há um assoalho antigo, bem largo. O teto da sala é finalizado com estuque. Nele, as formas de flores esperam por um grande lustre de cristal. A arquiteta Bárbara Aguiar, que fará o estudo histórico para a reforma, diz que há poucos imóveis como este no Recife. "Além do porte da casa, ela ainda preserva materiais nobres de época. Ela não tem um estilo específico, é de arquitetura estética, que mistura várias técnicas. Isso tudo servirá de diretriz para a reforma", explica. Bárbara diz ainda que o que restou de antigo na casa servirá como referência para manter a construção original. "Temos toda uma preocupação de preservar o que restou", conta.

Nenhum comentário: